terça-feira, 26 de agosto de 2008

De volta à rotina...

Mas por pouco.
A verdade é que quase ficava apeada no aeroporto de Lisboa.

Depois de na última viagem a terras lusitanas ter cometido a proeza de conseguir comprar o bilhete ao contrário (LX-BCN, BCN - LX) e ter de pagar outro, desta vez decidi que não iria cometer erros. Mas, já com o bilhete comprado há algum tempo, decidi meter mais um dia de férias e prolongar a minha estadia até sábado, em vez de partir na quarta-feira prevista inicialmente. Confirmei o voo 4 vezes antes de o comprar, paguei 1 fortuna, mas afinal uns dias mais ao colinho da mamã valem a pena e nem pensei mais no assunto.

No dito sábado, saio de casa com os meus pais por volta das sete da manhã, com a almofada atrás para bater uma bela sorna da Marinha Grande até ao aeroporto, e a verdade é que dormi um soninho profundo que me soube a ginjas e só acordei estávamos mesmo a chegar ao aeroporto. Ora eu tenho um grave problema ao acordar. Embora acorde super bem disposta, meiguinha e sem pingo de rancor por quem me acorda, na verdade não sei muito bem onde estou ou o que estou a fazer, mas disfarço bem. Pois acordo, tiro as malas do carro em modo zombie, despido-me dos papás e lá me encaminho para a zona do check in, meto a mão na malinha que levo sempre a tiracolo com os documentos, telemóvel, dinheiro, mas só consegui tocar o vazio...

Pânico...

A mala tinha ficado no banco de trás do carro

Sozinha e abandonada num sítio onde ninguém nunca a descobriria.

Penso - acalma-te, Inga, pensa. O que é que fazes para resolver a situação?

Pânico!!!!

1 pessoa normal pediria 1 telemóvel emprestado, ligaria aos pais, ou na falta de se lembrar do número, ligaria para o próprio telemóvel, e assim os papás veriam a mala esquecida e voltariam para trás. E como eu gostaria de ser 1 pessoa normal...
Mas a verdade é que pedi o telemóvel emprestado mas não conseguia ligar para absolutamente ninguém, porque não sei o número de ninguém! Nem o meu!

Comecei a entrar mais em pânico, a ver imagens de mim abandonada no aeroporto como 1 cão vadio, com as costelas a furar a pele, como uma sem abrigo, mas depois também me lembrei - nem tudo está perdido, se tiveres de ficar aqui tens roupa para mudar, perfume para não cheirar mal e os bolos da mãe. Claro que n em me lembrei que, tendo dinheiro no bolso, podia perfeitamente apanhar 1 táxi para casa do meu irmão, comprar outro voo e ir no voo da noite (a pagar 300 euros mais).

No desespero lá me lembrei do nr de uma tia, liguei-lhe e peço para ela ligar aos meus pais, para me encontrarem à entrada. Lá vou cabisbaixa e nervosa para a porta de entrada, faltava meia hora para fechar o check-in mas àquela hora já os meus pais estavam em benfica, cravo 1 cigarro a 1 senhora que me deu o maço todo porque o namorado não sabia que ela fumava, acendo 1 cigarro e vejo... o meu pai!!!

Milagre!!!

O meu pai tinha visto a minha mala ali perdida ainda nem tinham saído da estrada do aeroporto, mas claro, não tinham como me avisar nem eu a eles. E a minha mãe estava na fila para o check in com a minha mala.

Ou seja, o que tenho em conice tenho também em sorte.

Lá vou eu com as malas pesadas à procura da mamã, está na bicha, beijinhos, abraços, meto-me na fila em vez dela e começa 1 casal de tugas a desatinar por eu ter passado. Segundo o que diz a minha mãe, ela estava na bicha, mas ela tb não é certa, então não faço ideia de quem teria razão. Mas só depois do stress pós-traumático é que começo a achar imensa piada às bocas com que o casalinho me brindou: "os portugueses têm sempre desculpa para tudo" (como se eles não fossem portugueses, fossem de uma raça superior), ou "deixa lá, mor, vamos a Barcelona, a gente tem é de pensar que vamos a Barcelona", o que denunciou logo a condição de gente muito viajada. Ignorei, no fim agradeci a simpatia e compreensão e desejei umas boas férias aqui e que gostassem de BCN, que era 1 cidade linda, sem rancor, sem ironia, já a achar piada à situação. Têm azar, está mau tempo.

Já quase a sair do avião, a senhora que ia ao meu lado mete conversa, descubro que vai para perto de mim em BCN, e, ainda mais coincidência, era de Faro, a minha terra natal. Estava a ser 1 dia muito estranho mesmo, e assim que cheguei a casa já não saí por esse dia... já tinha esgotado a minha quantidade de sortes, azares e coincidências.

De volta a casa, tudo igual, com menos brasileiros. O tempo aqui está nublado, não faz calor nem frio, tenho imenso trabalho pendente e perspectivas de 1 mês de setembro agitado. Entre ter de procurar casa e mudar, vamos ter imensas visitas que prometem animar a coisa. O Yiannis vem ficar 1 mês. O Pino vai voltar. Vêm amigos do Pino, vêm amigos meus, vêm as festas das mercês com muita música e vida... tenho a certeza que não me vai faltar material para escarrapachar nestas páginas, só tenho é de arranjar tempo.

3 comentários:

Anónimo disse...

I just call, to say......
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Tou posssuído contigo pá!!!!!
Então vieste de vacaciones e nem dizes nada? Sempre pensei k era desta que te pagava uma bebida.
Assim não faço a coisa por menos, quando for a Barcelona quero um jarro de bebida...para começar.

Izzy disse...

Eu explico-te:

A partir do momento em que chego ao algarve, deixo de ter acesso à tecnologia. E jovem, onde está o teu nr de telemóvel? Ha pois é, não há!
Como é que eu te convido para beber 1 caipirinha à beira bar em cabanas?

Trato feito. Pago-te 1 jarro de sangria. Diz quando ;)

ganda disse...

Possa fiquei nervoso e cansado so de ler isto :D

jocas!