terça-feira, 29 de setembro de 2009
Desmitificar os mitos
sexta-feira, 25 de setembro de 2009
O Efeito Borboleta
Efeito borboleta é um termo que se refere às condições iniciais dentro da teoria do caos. Este efeito foi analisado pela primeira vez em 1963por Edward Lorenz. Segundo a cultura popular, o bater de asas de uma simples borboleta poderia influenciar o curso natural das coisas e, assim, talvez provocar um tufão do outro lado do mundo. O que no fundo é uma metáfora para dizer que uma acção aparentemente inocente pode provocar outra bem mais dramática noutra ponta do mundo (ou do país), por menos que pareçam estar relacionadas à primeira vista.
Ora então passo do mais geral ao mais particular:
SE A SENHORA DA DEPILAÇÃO NÃO ME TIVESSE ARRANCADO O PIPI ONTEM, HOJE UM SENHOR NÃO TERIA CAÍDO NA LINHA DO COMBOIO!
Já consegui a vossa atenção?
Óptimo.
Passo então a explicar. E acho que esta é das grandes.
Ontem fui à depilação e a senhora esteticista, entre sorrisos e meiguice e conversa fiada, foi-me arrancando os pêlos junto com bocados de pele. Doeu. Muito. E como fiquei tão traumatizada e não tinha a minha mãe para me comprar um chocolate e dizer já passou, fiz a próxima coisa lógica: fui às lojas.
Entrei na Pull mais próxima e vi uma botas lindas, maravilhosas, altas, elegantes. Minhas! E eu merecia-as, oh, se merecia, depois de aguentar tamanha prova de fogo.
Comprei e comecei logo a pensar no dia a seguir, e se seria aconselhável usá-las sem saber se magoavam ou não. Mas pelo caminho cheguei à conclusão que mesmo que magoassem os meus pés de princesa, se calhar a dor dos pés me distrairia de outras dores.
No dia a seguir, cheia de sono mas 8 centímetros mais alta, lá fui apanhar o comboio. A estação estava a abarrotar, era feriado em Barcelona. Grande parte do pessoal que ia no comboio eram jovens que tinham ido para a farra na cidade nessa noite enquanto eu ia trabalhar toda ramelosa - mas 8 centímetros mais alta.
No comboio ia um senhor com uma bicicleta roubada do serviço de bicing da cidade e lembro-me de pensar: olha-me este filha da puta a roubar a bici! É por causa de gente assim que o serviço está cada vez pior! E ainda por cima traz a bici no comboio, onde não há espaço. E com os copos! E depois esqueci esse pensamento porque me concentrei noutro: ainda bem que tinha trazido as botas – 8 centímetros mais alta – porque assim tinha onde me agarrar no comboio: nos ferrinhos de cima, onde nunca chego normalmente.
Chego à terrinha onde trabalho, saio do comboio e venho a falar com um colega quando os saltos das botas se prendem num trilho de altinhos da plataforma e para evitar isso fui mais para a direita. Passados 30 segundos ouço alguém atrás de mim: cuidado!
Era o senhor da bici que vinha atrás de mim, bateu-me no braço e só o vejo em câmara lenta direitinho a malhar da plataforma, de uma altura descomunal, com o focinho em cheio nos carris do comboio sem sequer tirar as mão do guiador. Opá, surreal! Pensei: está morto ou tetraplégico no mínimo. Tentamos chamá-lo: sai da via! (olha os comboios), estás bem? E o gajo levanta-se a cambalear, branco que nem um fantasma, dá meio passo e espatifa-se outra vez no chão, desta vez com o outro lado da cara. Levanta-se outra vez e malha outra vez. Levanta-se e malha. Os meus colegas tentam tirá-lo de lá antes que ele se matasse com as quedas consecutivas enquanto eu corro relativamente rápido em cimas de 8 centímetros de salto para chamar ajuda. Chamo o senhor da estação e quando chegamos lá já o rapaz estava sentado na estação, branco que nem 1 fantasma, a sangrar de uma orelha (era 1 corte, que eu examinei logo não fosse uma hemorragia interna). E diz ele, a modo de explicação: “eu ia tranquilamente na minha, e ela (eu) de repente desviou-se...”
Respirei fundo e controlei a vontade de agarrar nele e atirá-lo para a linha outra vez. Ou seja... a culpa era minha que ia de costas e não vi (com o olho do CU!) que vinha um gajo bêbado atrás de mim em bicicleta num sítio onde não se pode andar de bicicleta, e que teve todo o tempo do mundo para reagir, travar, meter os pés no chão ou, pelo menos, em caso de perigo, tirar as mãos do volante e atirar a bicicleta para longe e tentar cair de pé. Não. O amigo em vez de travar atirou-se para a linha e caiu a pique com os reflexos de quem está à espera que a bicicleta comece a voar como no filme do ET. Com as mãos agarradinhas ao guiador.
O senhor acabou por escapar-se para casa para ir curar a bebedeira e esconder a bicicleta roubada, não quis ir ao hospital, e eu passei o dia todo preocupada que ele se tivesse aleijado de verdade.
O que me leva à conclusão do título:
Se a senhora da depilação não me tivesse arrancado o pipi eu não teria sentido a necessidade de ir comprar as botas e sem as botas não teria a necessidade de me chegar um pouco mais para a direita e o gajo bêbado não teria ido parar de focinho na linha do comboio...
A vida é irónica, verdade?
terça-feira, 22 de setembro de 2009
Mudar o mundo com a música...
As a result, much of the album sounds fantastically dated, harking back to a time when Prince still mattered, hip-hop smelt fresh, and pounding house piano was de rigueur. This sense of musical displacement throws up several jarring moments, but generally it's rather apt. McAloon has always floated eccentrically out of time; what's a two-decade delay to a man who modelled himself on Stephen Sondheim?
Against all odds, Let's Change the World… is frequently glorious. Earth: the Story So Far is the highlight, a wondrous collision of voice, melody and concept, but several others run it close. Though the ghost of another, more fully realised version of this album lurks beneath the surface, it's an enchanting return. Hopefully, more samples from McAloon's vast treasure trove of unheard music will be forthcoming soon.